Stay Strong

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Existem momentos de nossas vidas que realmente são difíceis. Algumas vezes pensamos até em desistir, ou achamos que não vamos passar por tudo, mas são nas minimas coisas que nós podemos ver o quanto somos fortes e que podemos superar todos os nossos problemas.
Um exemplo de superação que me inspira muito é a Demi Lovato, então queria passar pra vocês uma entrevista em que ela fala sobre os problemas que ela teve e como superou todos eles. Me ajudou a vê que posso permanecer forte. Espero que ajudem a vocês também!



Há apenas dois anos, ela aparentava estar levando uma vida encantada. A estrela, de aparência saldável, tinha uma popular série de TV na Disney TV, Sunny Entre Estrelas, que foi ao ar na Sky, uma carreira cinematográfica crescente (Camp Rock e sua sequência) assim como dois CDs. Sua vida pessoal parecia igualmente fabulosa: ela estava namorando o galã adolescente Joe Jonas da boyband Jonas Brothers. Então, emoutubro de 2010, veio a chocante revelação de que por trás da brilhante fachada, Demi era uma jovem mulher profundamente perturbada sofrendo um distúrbio por um bom tempo. “Eu fiquei bastante chateada e deprimida por um certo tempo, mas nunca poderia dizer que precisava de ajuda,” diz a talentosa adolescente.

“Eu definitivamente tenho muito mais confiança do que tinha há um ano.”

Demi deu entrada em uma clínica de reabilitação após admitir que era bulímica e que esteve se automutilando há anos. O que a cantora chama de seu ‘fundo do poço’ se deu em um colapso bastante público durante uma turnê sul-americanacom os Jonas Brothers (na época em que elae Joe já tinham se separado). Em um avião privado da Colômbia para o Peru, ela deu um soco na dançarina Alex Welch. “Eu fiquei totalmente envergonhada, confusa e chateada,” diz Demi, que não especifica o que deu origem ao ataque. “Fiquei tão envergonhada. Eu não tive que pagar as consequências apenas na frente das pessoas próximas a mim, mas em frente ao mundo inteiro. Eu falei a verdade depois de bater na garota. Antes de isso acontecer minha mãe não sabia exatamentequão sério tudo era. Ela disse, ‘Por que você fez isso?’ eu respondi, ‘Porque estou exausta’ e ela teve que acordar e ver que eu precisava de ajuda. Ela ficou tão preocupada. Não queria acreditar que sua filha estava tão doente.”

Demi voou para a clínica de tratamento Timberline Knoll sem Chicago, onde passou três meses em um programa que ela diz ter salvo sua vida “Eu estava muito doente, mas felizmente tive a ajuda que precisava,” diz Demi quietamente, “e hoje estou aqui, esperançosamente evitando que as jovens garotas façam as mesmas coisas que fiz comigo mesma.”

É um corajoso passo para se tomar. “Eu sei que tenho uma influência e posso usá-la para o bem ou para o mal. É um presente de Deus. Eu sabia que poderia compartilhar minha experiência e estar a serviço ou não contar a ninguém e ser como o resto de Hollywood e esconder meus segredos. Eu não quis fazer isso,” diz Demi, que foi criada como batista e agora é cristã sem denominação.

Ao contrário de outras estrelas infantis da Disney que tiveram problemas contínuos (Britney Spears e Lindsay Lohan vêm à cabeça), torna-se claro, ao conhecer Demi, que ela está tomando conta de sua vida começando com seu poderoso novo álbum Unbroken, que já é sucesso nos Estados Unidos. (Seus CDs anteriores Don’tForget e Here We Go Again também foram sucessos.) Unbroken inclui a balada emocional ‘Skyscraper’ e algumas faixas pessoais de cortar o coração. Em ‘Fix a Heart’ ela canta, “Eu acabei com ferimentos para serem atados… e já nem tenho mais Band-Aids.” “Trata-se de um término,” conta Demi. “Ela fala sobreremediar o estrago – eu lidei com automutilação. Foi o meu jeito de expor os meus segredos mais íntimos,” ela continua.

O CD inclui uma música particularmente sincera, ‘For the Love of a Daughter’, sobre a complicada relação de Demi com seu pai (seus pais Dianna e Patrick se divorciaram quando ela era uma criança). Ela canta sobre uma ‘guerra de família’ e seus sentimentos de decepção: ‘Como você pôde me empurrar para fora de seu mundo, mentir para a sua carne e sangue?’

“Trata-se de uma música muito pessoal. ‘Oh pai, por favor, pai, abaixe a garrafa…’ a letra é auto-explicativa sobre a minha relação com o meu pai com o qual eu não falo há cinco anos. Eu a escrevi quando tinha 16 anos expô-la é como uma terapia.”

Demi agita o açúcar dentro de um copo de papel de café. “Eu acho que nasci com um distúrbio alimentar, porque nunca tive um relacionamento com comida que fosse normal."

"Eu me lembro de me olhar no espelho com fraldas pensando, ‘Você está gorda, mude isso,’” diz Demi, que acredita que, ao contrário de especulações, a raiz de seus problemas não teve nada a ver com as pressões de passar uma boa parte de sua infância na frente das câmeras. “Eu comecei a comer em excesso quando tinha oito anos de idade; eu comia compulsivamente. Assava um prato inteiro de biscoitos e comia todos. Então, quando fiz 12 anos, fui intimidada na escolar e eles me chamaram de gorda. Eu passei de comer demais para parar de comer e perdi mais ou menos 14 kg. Desde então eu continuei comendo de menos, mas meu peso se estabilizou.”

A anorexia se tornou bulimia: “Eu comecei a vomitar para perder peso.” Demi conta sua história com notável franqueza, mas também com um ar de distanciamento. Armada com uma riqueza de informações científicas e psicológicas sobre sua condição, ela me pareceu a jovem mulher brilhante e corajosa que teve de crescer rápido demais.

Parte mexicana, parte italiana com algum sangue irlandês também, a infância de Demi se passou no Texas com sua mãe, irmã mais velha Dallas e o padrasto Eddie De La Garza; ela também tem uma meia-irmã de dez anos de idade, Madison, que interpreta Juanita Solis em Desperate Housewives. Apesar do divórcio de seus pais e de seus distúrbios alimentares, Demi descreveria sua infância como feliz? “Totalmente. Meu padrasto me proporcionou uma ótima infância. Eu brincava fora de casa como uma criança normal, andava de bicicleta, andava para a escola, mas os momentos mais felizes eram quando eu estava atuando.”

Com um talento natural para se apresentar, enquanto criança, ela aprendeu piano e sua carreira começou para valer aos sete anos. “Eu comecei a participar de concursos de miss e a atuar. Eu precisava ser o centro das atenções; eu sabia o que queria ser uma pequena superestrela,” diz Demi sem um traço de arrogância ou falsa modéstia. Ela interpretou diversos personagens de TV antes de sua grande oportunidade no filme da Disney de 2008, Camp Rock. “Foi tão animador ganhar a personagem. Eu fui extremamente abençoada.”

Estudando em casa devido ao bullying, a família se mudou do Texas para Los Angeles quando Demi tinha 15 anos. A sua carreira começou a deslanchar com os filmes de Camp Rock, outro filme da Disney, Princess Protection Program, e com a sua carreira musical, o comportamento viciante se intensificou. “Era apenas uma questão de manipular as situações e esconder – você se torna bastante inteligente e discreta. A parte complicada sobre essa doença é que você começa a mentir para as pessoas ao seu redor e se torna alguém que você não é. É assustador.”

Em adição ao seu distúrbio alimentar, a adolescente perturbada estava se cortando. “Eu comecei aos 12 anos, quando fui intimidada. Era a minha maneira de lidar com o estresse, e então eu frequentemente recorria a isso quando estava me sentindo sobrecarregada. Garotas [que se automutilam] se arranham ou se cortam com lâminas de barbear, tesouras ou objetos cortantes, ou se queimam. Eu basicamente experimentei tudo. O que eu mais fazia era me cortar e era tão horrível. Eu definitivamente me automedicava com drogas ou álcool. Estaria mentindo se dissesse que não o fazia,” ela acrescenta.

Na época em que Demi foi para a reabilitação, ela estava desesperada e pronta para mudar sua vida. “O fundamental é querer isso. O problema com muitas celebridades é que elas vão para a reabilitação, mas não permanecem lá por todo o tempo necessário. Eu queria ir para casa depois de 30 dias, mas eles me disseram, ‘Não, você não está melhor.' Eu passava por 14 horas de terapia todos os dias. Não era divertido. Havia sessões das sete da manhã às nove da noite: Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, Anoréxicos e Bulímicos Anônimos e Automutiladores Anônimos.” [Para viciados como Demi, todas as reuniões eram relevantes, quaisquer que sejam seus vícios pessoais.] “Era trabalho emocional constante e era exaustivo; no fim do dia, tudo o que você queria fazer era dormir.”

O que ajudou, ela diz, era estar entre mulheres de todas as idades e de todas as esferas da vida. “Foi uma experiência de se tornar humilde. Eu tinha me acostumado a acordar em hotéis, ter serviço de quarto para o café-da-manhã e ter meu quarto limpo. Agora eu tinha que fazer a minha cama. Não estava permitida a usar banheiro sozinha porque eles temiam que eu fosse me medicar, e nós não podíamos ter giletes, eu tinha pernas peludas,” ela ri. “E não tínhamos celulares.”

“Não há cura e eu posso errar, mas quero ser um exemplo melhor para os meus fãs.”

Hoje ela tem uma companheira de quarto, a Sarah que é uma ‘companheira de recuperação’ que também passou por problemas de vício e segue o mesmo programa. O papel dela é apoiar Demi no processo de recuperação e promover um estilo de vida saudável. “Ela está vivendo conosco, ela me assiste e assegura que eu faça as três refeições por dia,” diz Demi.

Inevitavelmente, um dos aspectos mais desafiadores da reabilitação foi aprender a comer normalmente. “O café da manhã seria às 8h30, uma tigela de cereal com iogurte ou leite e frutas. O almoço seria um sanduíche, salada e frutas ou vegetais. O jantar poderia ser macarrão com queijo com adição de legumes ou leite. Eu chorei muitas vezes porque estava aterrorizada por ter que fazer três refeições ao dia. Eu dizia, ‘Não, isso é comida demais.’ Eu comecei a comer apenas para poder voltar para casa. Eu não sei o que fez o clique, mas eu só queria acabar com o meu distúrbio alimentar."

"Agora eu consigo fazer a quantidade de refeições que tenho que fazer e não vomitar mais. Definitivamente há a tentação – eu luto com ela em toda refeição. É um vício e eu terei que lutar com ele pelo resto da minha vida,” continua Demi. “Não há cura e eu posso errar, mas quero ser um exemplo melhor para meus fãs e para minha irmã mais nova. Há dias em que me olho no espelho e penso, ‘Deus, meus jeans não cabem hoje – isso é um saco.’ Mas estou em um lugar muito mais espiritual agora. Eu posso rezar e tenho um ótimo sistema de apoio ao meu redor.”

Esse apoio vem de sua família e de amigos, incluindo a estrela de reality show Kim Kardashian e amigas da Disney como Selena Gomez e Miley Cyrus, que permaneceram em constante contato enquanto Demi estava na reabilitação. “Elas me ligavam e queriam saber de mim e eu nunca me esqueci disso. Agora elas se asseguram de que estou indo bem. De todas as pessoas do mundo, elas são as três que são realmente próximas a mim.”

Demi também foi alegadamente ajudada em sua recuperação por seu ex-namorado, o ator Wilmer Valderrama, de quem ela recentemente se separou (ele interpretava Fez no seriado americanoThat ’70s Show). Quando eu pergunto dele, no entanto, Demi hesita antes de dizer, “Eu gostaria de manter a minha vida amorosa fora disso. Eu aprendi a não tornar um relacionamento público porque o término será 20 vezes pior.”

Ela de fato continua, me contando que tem uma melhor ideia do que quer em um namorado. “Eu venho com uma bagagem,” ela diz com um sorriso irônico. “Eu passei por muitas coisas e preciso de alguém que estará lá por mim em qualquer situação, dia ou noite, e que não vá ter medo do meu distúrbio alimentar ou do meu processo de recuperação. Eu quero um homem que seja forte.”

“Eu sei que poderia estar em um estado mental fraco se voltar para frente das câmeras; não estou confiante o suficiente”

Enquanto conversamos, ela examina os maravilhosos lookse suspira com a possibilidade de experimentar roupas para a nossa sessão de fotos. “Eu não estou esperando ansiosamente por isso. Minha recuperação ainda é um trabalho em progresso; dizem que a imagem do corpo é a última coisa a mudar, e eu ainda luto com isso todos os dias. Mas eu definitivamente tenho muito mais confiança do que tinha há um ano.” Na verdade, ela está amável. Esbelta, mas não magra demais, seu rosto está sem maquiagem, e sua pele está clara com um brilho saudável.

Ela está usando vários acessórios e há tatuagens cobrindo as cicatrizes das feridas que ela mesma causou ao longo dos anos. “Eu tenho nove ou dez,” ela diz, esticando os braços para me mostrar. Em seus pulsos, as palavras “Stay Strong” (continue forte), uma em cada pulso. “Eu tenho Peace (paz) e Rock and Roll nos meus dedos, Faith (fé) no meu braço, uma cruz na minha mão, penas nas minhas costelas, e uma pena atrás da minha orelha.”

Demi ainda não pode encarar o retorno às câmeras. “Eu sei que eu poderia ficar em um estado mental muito frágil se eu voltasse para a frente das câmeras; Eu não estou confiante o suficiente. A câmera engorda você uns 4,5 Kg e eu também acho que tenho muitas tatuagens agora para voltar para as câmeras. Eu quero voltar a atuar algum dia, se eles acharem uma forma de cobrir as minhas tatuagens e eu gostaria de ser respeitada como atriz algum dia.”

Agora, o seu foco é a música: “Quando você está no palco cantando, você está distante das pessoas, você não está perto delas, e isso é bastante libertador.” A sua meta é “vencer um grammy” e interessantemente, ela cita a super estrela pop Rihanna como sua inspiração. Assim como Demi, a cantora de 23 anos também passou por suas próprias dificuldades. Rihanna foi vítima de violência doméstica, mas desde o fim de seu relacionamento abusivo com o também cantor Chris Brown há três anos, ela vem se tornando um fenômeno global. “Eu ainda não me encontrei com a Rihanna, mas nos falamos pelo telefone e eu quero muito conhecê-la. Eu amo a atitude dela; ela é sexy e confiante. Ela já passou por bastante coisa e saiu de tudo isso forte. Eu gostaria de ter o mesmo calibre dela, e talvez algum dia eu chegue lá. Eu adoraria fazer um dueto com ela!” 




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